segunda-feira, 17 de agosto de 2009

TV de Plástico

O monitor de um computador tradicional incorpora tecnologia de mais de 100 anos, em contraste com o computador propriamente dito cujos dispositivos são obtidos com avançadas tecnologias de microeletrônica. Para o monitor, emprega-se a mesma tecnologia dos televisores tradicionais, que consiste em um tubo – chamado de tubo de raios catódicos.

O funcionamento de um tubo é baseado na geração de feixes de elétrons que excitam uma cobertura fosforescente da tela. Os feixes são dirigidos por eletricidade e magnetismo, definindo quais partes da tela devem ficar iluminadas e com que cor. Devido à influência do magnetismo, não podemos aproximar ímãs de uma TV, por distorcerem as imagens e até danificarem o tubo permanentemente. Há outros aspectos interessantes desta tecnologia de tubos. Em primeiro lugar, os tubos precisam ser compridos para controlar as trajetórias dos feixes de elétrons, não permitindo produzir telas finas.

Nos últimos anos, surgiram duas novas tecnologias para a TV e monitores de computador: a de cristal líquido, conhecida popularmente por LCD (acrônimo da expressão inglesas liquid crystal display), e a de plasma. Um cristal líquido é um material com moléculas que se ordenam segundo uma direção preferencial, apesar de estarem num líquido. Tal ordenação pode ser controlada por eletricidade, sendo possível alterar a transparência do cristal líquido, o que é explorado para gerar as imagens. Como as moléculas do cristal líquido não emitem luz, são necessárias fontes de luz adicionais. O cristal líquido é mantido entre placas – geralmente de plástico, e por não haver feixes viajando no interior do aparelho, é possível obter telas finas.

O plasma é considerado como o quarto estado da matéria, juntando-se aos outros três: sólido, líquido e gasoso. É um gás que contém cargas elétricas e por isso possui propriedades especiais, como a de emitir luz a partir de uma descarga elétrica. Na TV a plasma, tem-se um número enorme de pequenas lâmpadas, como as fluorescentes, emitindo. As televisões de plasma e LCD são semelhantes em muitos aspectos, sendo que ambas apresentam a desvantagem de não possuir um ângulo de visada grande, o que requer que muitas vezes tenhamos que reposicionar a tela para melhor observarmos a imagem.

Há agora a expectativa de que uma nova tecnologia possa trazer uma revolução para nossos aparelhos de TV e monitores. São os plásticos luminescentes, que permitirão inclusive telas flexíveis. A descoberta de que plásticos especiais podem emitir luz foi feita em 1990. A partir de então iniciou-se uma corrida científica e tecnológica para obter plásticos com uma luminância cada vez maior, ou seja, com capacidade de emitir mais luz.

Já se demonstrou ser possível produzir aparelhos luminescentes variados, e não apenas telas de TV. Telas para celulares e brinquedos são algumas possibilidades. Pretende-se, também, iluminar ambientes com telas de plástico nas paredes, como se fossem pinturas. Outra aplicação seria no chamado jornal eletrônico. Com uma folha de plástico dobrável poderia ser instalado um dispositivo que capte o conteúdo do jornal via Internet sem fio, permitindo ao leitor acompanhar as notícias em tempo real. Como fazemos hoje com as versões eletrônicas de jornais na Internet.

Embora já haja alguns produtos no mercado, como o display de aparelhos de DVD, tudo isso ainda deve levar um tempo para se concretizar. O maior desafio é a instabilidade do plástico que deixa de emitir luz rapidamente com contacto com o ar. É uma dificuldade aparentemente só tecnológica, que esconde uma série de problemas científicos – notadamente de materiais para nanotecnologia. Por isso, não é fácil prever quando teremos a disseminação de produtos plásticos emissores de luz.

Que será maravilhoso ter uma TV de plástico, não há dúvida.

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