segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O mundo maravilhoso dos plásticos

É certo que hoje as crianças têm muito mais brinquedos do que há algumas gerações. Isso se deve a vários fatores, como a urbanização com o acesso mais fácil a bens de consumo, além das mudanças na sociedade que se tornou muito mais “consumista”. Há, porém, um outro aspecto comumente ignorado: a disponibilidade de brinquedos de plásticos. Pois a indústria de plásticos se desenvolveu enormemente nas últimas décadas do século XX, produzindo artefatos – não só brinquedos – cada vez mais sofisticados e a custos menores.

Mas que tipo de material é um plástico? Para responder a esta pergunta, lembro inicialmente que toda a matéria é feita de átomos, de cerca de 100 elementos diferentes, com os quais são feitas as moléculas. Alguns materiais são produzidos apenas com um tipo de átomo, que podem ser ligados fortemente entre si. Este é o caso dos metais, como ouro, prata, ferro, etc, que são sólidos e requerem altas temperaturas para serem derretidos. Algumas outras substâncias são compostas por moléculas, como a água – líquida à temperatura ambiente – ou o sal de cozinha, sólido. Esses dois exemplos são de materiais constituídos de moléculas pequenas.

Os plásticos, por outro lado, são obtidos de moléculas muito grandes. São os chamados polímeros, palavra cuja origem advém da junção de “poli” (muitos) com “mero” (unidade repetitiva). Uma molécula de polímero pode ter milhares ou milhões de átomos ligados fortemente entre si. Não é surpreendente, portanto, que as características dos plásticos possam ser muito diferentes das de outros materiais. Essas moléculas grandes podem ser rígidas ou flexíveis, e até se enovelarem, como um espaguete. Ainda sobre nomenclatura, saliente-se que todos os plásticos são polímeros, mas nem todos os polímeros são plásticos. Exemplos interessantes de polímeros que não chamamos de plásticos estão nas dispersões que formam tintas e as borrachas.

Como os polímeros podem ser obtidos a partir de combinações diferentes de vários átomos, e com moléculas de tamanhos que podem variar muito, os materiais resultantes também podem ter propriedades muito diversas. O controle das características é possível mesmo porque os polímeros mais empregados são sintéticos – ou seja, produzidos pelo homem. São fabricados principalmente de derivados de petróleo, e quase sempre contêm átomos de carbono. São por isso chamados de polímeros orgânicos. Há também os polímeros naturais, como a celulose, que também têm imensa aplicação, como na indústria de papel ou na indústria têxtil.

O progresso na indústria de polímeros (ou de plástico) fez com que estejam disponíveis hoje os mais variados produtos de plástico, que substituem de maneira crescente materiais como madeira e metais. Tomando a indústria automobilística como exemplo, há plásticos em quase todas as partes de um carro. Pode ser no assento, na direção, no painel, em muitos acessórios e até mesmo nos pára-choques. É que ao contrário dos plásticos empregados no início de sua popularização, há atualmente plásticos especiais, com dureza e durabilidade comparáveis à de metais. Em alguns casos com a vantagem de uma maior capacidade de absorção de impactos.

A despeito da onipresença do plástico em nossas vidas, diria que isso é só o começo. Ocorre que os plásticos até o momento são quase sempre usados por suas características mecânicas – flexibilidade para fios e cabos, plasticidade para as embalagens, etc. Ou por sua característica de isolamento elétrico, como nos isoladores elétricos. Mas há uma nova geração de plásticos com propriedades ainda mais espetaculares. São plásticos que podem conduzir eletricidade; plásticos que podem emitir luz ou ter sua cor alterada mediante algum tipo de estímulo.

Podemos, assim, antever um número enorme de novas aplicações para o futuro próximo. Que tal uma TV de plástico?

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